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quarta-feira, maio 17, 2006

Conferência de Estudantes da IPPNW - Nápoles 2006
De 11 a 14 de Maio da passada semana, teve lugar em Itália, Nápoles, a Conferência de Estudantes da IPPNW (International Physicians for the Prevention of Nuclear War) que contou pela primeira vez com dois estudantes de medicina portugueses. Esta organização, nascida em 1980 e premiada com o Prémio Nobel da Paz em 1985, engloba 58 países e representa dezenas de milhares de médicos, estudantes de medicina, profissionais de saúde e outros cidadãos interessados que partilham o objectivo comum da criação de um mundo pacífico e seguro, livre da ameaça dos perigos da energia e das armas nucleares. A Associação Portuguesa de médicos contra as armas nucleares e todo o tipo de guerras, presidida pelo Prof. Doutor Nuno Grande, é a representante portuguesa desta organização internacional.
A Conferência no Castel dell’Ovo, junto à baía de Nápoles, foi um evento que para além de fortalecer este movimento, pretendeu ainda esclarecer e elucidar os novos membros e os novos países membros da actividade da IPPNW. Nela participaram mais de 140 estudantes, provenientes de 20 países distintos, dos quais Alemanha, Áustria, Espanha, Finlândia, Israel, Itália, Noruega, Polónia, Roménia, Rússia, Suiça e Suécia são exemplos. Este ano, a IPPNW contou pela primeira vez com a presença de dois estudantes portugueses do Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar (ICBAS) do Porto, assumindo um papel activo na Conferência, inspirando e sendo inspirados pelos outros com a sua energia e vontade de inovar.
Neste encontro foram debatidos os efeitos para a saúde de Chernobyl, 20 anos depois, que contou com a presença do Dr. C.Knusli, presidente da organização Suíça da IPPNW e do Dr. Micael Balanov da Agência Internacional de Energia Atómica com uma opinião oposta acerca dos perigos das centrais nucleares. Outros temas abordados foram a situação actual da saúde no Iraque descrita pela Dra. Heba Al-Naseri, a residir em Londres; o sistema de saúde em Jerusalém e nos campos de refugiados do território palestiniano relatado por Mohammad Auisat presidente da Sociedade de Estudantes de Medicina de Jerusalém. A conferência contou ainda com vários workshops sobre imigrantes ilegais em Itália, intercâmbios com países em vias de desenvolvimento, efeitos da queda do muro de Berlim, e influência da indústria farmacêutica nos sistemas de saúde internacional.
Na opinião de Carlos Ferreira e Mariana Pinto da Costa, os dois participantes portugueses do ICBAS, esta foi uma oportunidade única para conhecer uma organização com propósitos voltados para todo um papel activo que um estudante de medicina poderá desenvolver na prevenção, consciencialização e divulgação de conflitos políticos, económicos e sociais do nosso planeta.

Em Portugal, o movimento de estudantes de medicina começa agora a dar os primeiros passos, contando já com o interesse e motivação de cerca de dez estudantes espalhados por todo o país.
Com espírito vanguardista, Carlos Ferreira e Mariana Pinto da Costa, no intuito de integrar Portugal neste projecto, propuseram acolher no Porto o próximo encontro europeu que se irá realizar em Maio de 2007.
Se estiveres interessado nesta organização internacional, fica com a ideia que serás sempre bem-vindo e contámos com as tuas ideias e motivação.

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