AEICBAS

quinta-feira, junho 24, 2004

Quotas em Medicina - Diário Económico

No passado dia 22 de Junho, o jornal Diário Económico publicou uma noticia sobre as polémicas quotas em medicina para homens, que tem por base as explicações do Professor Sousa Pereira, presidente do conselho directivo,(já publicadas no público e à disposição na pagina da AEICBAS) e uma entrevista à nossa presidente, Raquel Gonçalves.

Passando à noticia integral:
A concentração das mulheres em determinadas especialidades e a sua tendência para optar por um horário em part-time são as razões que António de Sousa Pereira, presidente do conselho directivo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), usou para defender a introdução de quotas para homens no acesso aos cursos de medicina. O responsável explica que a tendência feminina para trabalhar de modo mais colaborante conduz à escolha de especialidades como a medicina geral, obstetrícia e pediatria.

Sousa Pereira emitiu um comunicado para responder à polémica que a sua declaração causou, afirmando que foi “descontextualizada”, e que as posições dos críticos são fruto de “falta de informação”, não contribuindo para um “debate sério e para o encontrar de soluções” para as assimetrias causadas pela existência de cada vez mais mulheres nos cursos de medicina.

Criticando o sistema vigente, que leva as mulheres a preterir especialidades como a urologia, Sousa Pereira salienta que ainda são muito poucas as profissionais de saúde que ocupam cargos de chefia, até porque “é mais fácil a um indivíduo com espírito competitivo” ocupar uma posição de liderança, o que faz com que sejam os homens a subir mais na carreira, ainda que o seu número seja mais baixo.

Também a associação de estudantes do ICBAS questiona a ausência de mulheres em cargos de chefia, salientando que “os maridos não usufruem” dos direitos de licença de maternidade, o que contribuiria para uma maior igualdade entre sexos.

Raquel Gonçalves, presidente da associação de estudantes, declara que a imagem de Sousa Pereira como homem machista “em nada se compara com o homem inteligente, informado e culto” que conhece. A representante dos alunos afirma que o comunicado de Sousa Pereira demonstra que “a ideia que pretendia passar foi mal interpretada”, porque pretendia apenas estimular a realização de estudos relativos à assimetria de sexos nos cursos de medicina e suas repercussões.

A estudante do ICBAS afirma que as relações entre o conselho directivo e a associação de estudantes em nada se alteraram com a polémica, mas afirmou que a maioria dos estudantes - tanto para homens como mulheres - acha que a questão das quotas “não tem pernas para andar”.

Raquel Gonçalves lamenta ainda que a maior parte dos críticos não conheça realmente as declarações de Sousa Pereira, considerando que o assunto “foi mal colocado na imprensa”. (Alexandra Noronha in DE, 22 Junho 2004)

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