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quarta-feira, janeiro 11, 2006

"La Mancha 1965" no Centro Português de Fotografia

A inauguração da exposição "La Mancha 1965", com fotografias de Xosé Suárez, vai ter lugar no Edifício da Cadeia da Relação do Porto, no dia 14 de Janeiro (próximo Sábado), pelas 17.00h.

Breve resumo da mostra

Esta exposição, que estará patente no Centro Português de Fotografia de 14 de Janeiro a 19 de Fevereiro, foi produzida pelo Instituto Cervantes, Lisboa. O catálogo "La Mancha", produzido pela mesma entidade, acompanha a mostra.

Xosé Suárez, nascido na Galiza em 1902, cursou Direito na Universidade de Salamanca, onde teve a oportunidade de conhecer Unamuno e Ortega Y Gasset, que seriam determinantes para a formação do espírito liberal do advogado e futuro fotógrafo. É o exigente Unamuno que faz o prefácio do seu primeiro livro de imagens fotográficas, "50 fotografias de Salamanca". Exercerá advocacia, mas em breve torna-se fotógrafo e cineasta profissional de documentários profundamente etnográficos.
Filmava o seu singular "Marinheiros" em 1936, quando o início da Guerra Civil de Espanha o obriga a exilar-se para a Argentina, onde mantém a produção fotográfica e de documentário; aí acaba "Os Marinheiros". A vitória franquista mantém-no afastado de Espanha, vive no Uruguai e depois de 1953 estabelece-se temporariamente no Japão onde entrevista e se torna amigo de Kurosawa. Vem à Galiza em 1959, regressa ao Japão, mas acaba por morrer em A Guarda, na foz do Minho.
Este trabalho, "La Mancha" representa, em belíssimas e desarmadas imagens a preto e branco, a aprendizagem que Suárez tinha acumulado nas suas viagens por três continentes e um impenitente inconformismo com a paragem no tempo do interior espanhol em meados do século passado.
Vemos a utilização das técnicas e enquadramentos da formalidade modernista para proporcionar o fora de tempo, mas também o que se persiste em chamar humanismo fotográfico, o homem como determinante de tudo o que o rodeia, objectos e paisagens mitificadas, enquadramentos e ilusões. La Mancha percorrre os caminhos de D.Quixote, mas como disse Suaárez desalentado, "apenas encontrou Sancho Pança".

1 comentário:

Anónimo disse...

Posso saber o que tem isto a ver?

E nao me venham com a treta do "Um médico que só sabe medicina nem medicina sabe"... Concordo, mas façam um link "Cultura(l)" e e coloquem lá este tipo de eventos... Ahhh... e certamente que qualquer pessoa que se interesse por esse tipo de mostras procura regularmente calendários, mas, como queiram...